Este romance retrata a sórdida vida do jovem Raskolnikov,
estudante de direito em São Petersburgo esse jovem leva uma vida regada a
miséria, morava como inquilino e “seu cubículo ficava bem debaixo do telhado de
um alto prédio de cinco andares, e mais parecia um armário que um apartamento”.
Esse seu modelo de vida o angustiava
diariamente, principalmente pelo fato de ser sustentado por sua mãe e irmã que
viviam numa propriedade distante com uma pensão de apenas cento e vinte rublos
por ano. Com toda essa calamidade a situação de Raskolnikov se agrava, sendo
assim, ele abandona a faculdade, se abdica de dar aulas, de fazer traduções e
escrever artigos, exercícios estes que rendiam alguns pouquíssimos rublos para
ajudar no sustento.
Não obstante, o jovem levava uma vida reclusa e
rejeitava a todo custo conversas e encontros com quaisquer pessoas. Certa feita
Raskolnikov vai à casa de uma velha usurária para penhorar um relógio de grande
valor sentimental. Consegue apenas um rublo e meio com penhor e, em razão
disso, ele “saiu totalmente perturbado. A perturbação aumentava cada vez mais.
Chegou a parar várias vezes ao descer da escada, como se já tivesse sido
afetado subitamente por alguma coisa. ”.
A partir de então tudo parecia conspirar a
favor da ideia de matar aquela velha usurária. Se não bastasse ter sabido que a
velha ficaria sozinha, dentro de uma taberna a qual entrará na volta para casa,
ele se depara com uma conversa estranha entre um estudante e um oficial jovem,
os quais, para sua surpresa, falavam da velha agiota, Aliena Ivánovna. O jovem
estudante deixa Raskolnikov intranquilo quando diz: “– Pela esquisitice dela.
Não, escute o que vou lhes dizer. Eu mataria e saquearia aquela velha maldita e
lhe garanto que sem nenhum remorso. ”. Essa declaração deixou-o atordoado, para ele
era como se aquilo confirmasse e apoiasse sua ideia do assassinato. Regressa
para seu cubículo e aquele maldito pensamento o acompanha.
Todas as circunstâncias são favoráveis a ele e
com isso ele executa a velha usurária, pega seus pertences e quando já está de
retirada aparece Lisavieta, a irmã da velha, a qual ele também mata a
machadadas e isso o desgraça totalmente, foi um erro fatal.Desse episódio em diante começa o suplício de
Raskolnikov, enfrenta uma constante luta consigo mesmo, além do mais, confronta
sua consciência, o cristianismo e a polícia. Contudo, é através de Sônia, filha
de Marmieládov, uma prostituta, assídua leitora da bíblia, e que vive na mesma
condição de miséria que a sua, ele encontra nela a sua salvação e então
confessa o crime.
Outro fator relevante e indispensável é o
artigo que Raskolnikov havia publicado antes do crime, no qual ele afirmava que
o mundo era composto por homens “ordinários” e “extraordinários”, a primeira
classe era o povo comum, aqueles que tinham certo limite, já os extraordinários
não tinha limites, faziam o que quisesse e nada os aconteceria, como exemplo
ele usa Napoleão, o qual mesmo sendo um homem cruel e sanguinário passou do
limite, resistiu e foi absolvido.
Isso posto, Raskolnikov se diz um
extraordinário, contudo, logo após cometer o crime ele percebe a sua limitação,
consequentemente, se auto define como um ordinário. Como havia dito, após muito
se torturar ele confessa o crime. Mas por que ele confessa o crime? Para acabar
de vez com sua angústia, logo, esta é a única maneira de se punir, além do mais
ele tem que aceitar o seu destino de “ordinário”. Destarte, Raskolnikov
descobre o sentido da vida em Sônia e vê que ele não matou apenas a velha, mas
também matou a si mesmo. Por fim, Raskolnikov é sentenciado a sete anos de
serviço forçado na Sibéria. Sônia o acompanha e lá ambos se entregam ao eterno
amor e o jovem estudante de direito recomeça a sua vida tendo como base a
Bíblia Sagrada, na qual ele encontra um modelo de vida ideal.
Autor: #Dostoiévski
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