Para onde fostes, ó sabiá?



De tanto ver triunfar a maldade
De tanto progredir os vícios
De ver deixada de cena as virtudes
Vê-se que não compensa o sacrifício
De lutar por um mundo melhor
O qual beira o precipício



Guerras e rumores de guerras
A constante busca pelo poder
Matam milhares de inocentes
Deixando outros a mercê
O amor há muito se esfriou
A crueldade se firmou
E homem está a perecer

Aqui, o sabiá não canta mais
Foi se embora a beleza
Os bosques perderam a vida
Assim reinando a tristeza
Nossos campos não têm mais flores
Pois murcharam ao ver horrores
Que destruíram nossa grandeza

A falta de justiça,
É o mal da nossa terra
Zombam as grandes honras
Aclamam aqueles que erram
Os corruptos controlam o governo
Jamais admitem seus erros
Este é o cenário que nos cercam

E nesse desmoronamento da justiça
Destaca-se a não penalidade
De criminosos confessos
A não punição de nomes poderosos
E assim, arquivam terríveis processos

Ah que saudade que tenho
De ver hastear a bandeira
Verde, amarela, branca e azul anil
De tremer ao som do hino
Louvado com força primaveril
É, foram-se os tempos ditosos
E com eles seguiram-se as glorias
Do meu heroico Brasil

Para onde fostes, ó sabiá?
Tu marchaste com o José?
Está tu a procura de outra Vera Cruz?

Volte sabiá,
Cante no raiar da alvorada
Venha restaurar minha confiança
Antes que finde minha esperança
Antes que eu vá pra Pasárgada

Oh Deus! Não permitas que eu morra,
Antes que os bosques ressuscitem
Antes que as várzeas deem flores
Antes que voltes os amores
Pela pátria esquecida
Que finalmente o sol venha raiar
Para que tu cantes, meu querido sabiá.

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Autor Wesley Prado

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